O piloto de motocross mais premiado do país é sul-brasileiro!

Lendas

Quando falamos em motocross, é impossível não lembrar de Milton “Chumbinho” Becker. Esse nome, que ecoa das pistas de Timbó, em Santa Catarina, até os grandes campeonatos nacionais, carrega o título de piloto mais premiado do país. Mas o que torna esse sul-brasileiro uma verdadeira lenda sobre duas rodas?

A história começa em Timbó, onde Chumbinho, ainda criança, já demonstrava seu fascínio pelas motos. Aquilo que parecia apenas diversão foi tomando forma, ritmo e velocidade. Com a determinação típica dos apaixonados pelo esporte, ele mergulhou nas competições amadoras regionais, explorando trilhas, saltos e curvas fechadas que pediam muito mais do que simples coragem: exigiam técnica, preparo físico e uma dose de ousadia. Foi nesse cenário que surgiram as primeiras vitórias, abrindo caminho para campeonatos nacionais onde, rapidamente, seu talento se destacou.

Conforme avançava pelas categorias — MX1, MX3, MX4 —, Chumbinho mostrava consistência e domínio em qualquer cilindrada. O público, que inicialmente o enxergava como apenas mais um bom competidor, começou a perceber que ali havia algo de especial: a cada prova, seu nome surgia no topo da lista de resultados, acumulando títulos que pareciam não ter fim. Estima-se que ele tenha ultrapassado a marca de 20 troféus em campeonatos brasileiros, um feito inédito até então.

Porém, como toda lenda, a jornada de Milton Becker também foi marcada por obstáculos. Em meados da década de 2010, um grave acidente fez com que muitos acreditassem na aposentadoria precoce do piloto. A lesão era séria e pedia uma longa recuperação. Contra todos os prognósticos, ele encarou fisioterapia intensiva e voltou às pistas em tempo recorde — não só para competir, mas para vencer de forma triunfal. Essa reviravolta impactou todo o cenário do motocross nacional, reforçando sua imagem de atleta incansável e alimentando a inspiração de jovens que sonhavam em seguir seus passos.

Chumbinho não se tornou apenas o piloto mais premiado do Brasil: transformou-se em um símbolo de resiliência, força e amor pelo motocross. Hoje, quando alguém pergunta por que ele é considerado uma verdadeira lenda, basta ouvir os relatos de quem o viu saindo da lama de uma queda para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. Ou acompanhar a forma como ele, mesmo após tantos troféus, continua orientando e incentivando novatos nas categorias de base, transmitindo o legado de quem fez do esporte não só uma profissão, mas uma missão de vida.

Não é apenas o número impressionante de títulos que define Milton “Chumbinho” Becker, e sim a forma apaixonada como ele se supera a cada curva. Em cada arrancada, podemos ver a criança de Timbó que um dia sonhou em ser piloto, sem saber que se tornaria o maior nome da modalidade no país. E assim, volta após volta, o motocross brasileiro se orgulha de ter em suas pistas um verdadeiro herói que inspira, motiva e prova que, quando o amor pelo esporte fala mais alto, não há barreira que não possa ser vencida.